sábado, 29 de dezembro de 2012



A chuva escorre na vidraça
no seu escorrer cheia de graça
em formas sinuosas 
abre caminhos por onde passa
parecem Rios desavindos 
parecem Mares em tormenta
mas não são mais do que são
lágrimas que do Céu
se soltam em convulsão

As janelas onde te guardo
tem o brilho das estrelas
e o baço de quem chora
o Mar em seu tormento

A nuvem negra que se rasga
num trémulo raio de Sol
uma flor que desponta
numa terra ávida de amor

A chuva escorre pela vidraça
semeando sal por onde passa ...


José Apolónia  27/12/12

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

ABRAÇA-ME EM TI ...

ABRAÇA-ME EM TI ...

O brilho
que trazes no olhar
fascina-me
a cor clara ofusca-me
e perco-me
se entro, não sei
o caminho o rumo
pior...
não sei, não sei
esse sorriso de mulher
mata-me, apaga-me
todas as pistas
os dedos nervosos
contorcem-se
as portas fechadas
os muros no caminho
labirintos claros
mas porque entrei ?
se não me apetece sair

Uma onda desfaz-se
no teu olhar a espuma
enfeita na perfeição
o sentir do coração ...


José Apolónia  18/12/12

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

EXISTEM ?

EXISTEM ?

Os pássaros loucos
vivem do Mar
vivem no meu Mar
cruzam os ares
permanentemente
nas asas do vento

Os pássaros loucos
rasgam os horizontes
falam com os anciãos
loucos de saber a idade
a própria idade, a sua
permanentemente

Os pássaros loucos
vivem no meu Mar
e transportam em si
sementes da vida
e voam permanentemente
pelas asas do vento

Os pássaros loucos
são a luz da criança
Sol pincelado em cores
nas asas do vento
por corações cinzentos
porta da alegria, Amor...

Os pássaros loucos voam
pelas asas que não existem
derramam as sementes
o coração ganha vida
em teus olhos brilhantes
os pássaros loucos existem ?

José Apolónia 04/12/12

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

É lua cheia e observo-te
fazes-me lembrar um jardim
por onde semeamos ilusões
esperamos que germinem
e colhemos sonhos em flor

José Apolónia  2012

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Será ?

Será ?

Meu corpo precipita-se no teu
como uma onda por onde te perdes
de razão de sentido , o Norte
diria até o Sul ou até ao Sul
na falta de ar, a cabeça à tona
o não saber que fazer, respirar ?
reclamar? por mais ?
por entre gemidos e sorrisos
ondas desfazem-se em rebentações
o sabor a sal perdura nas línguas
o ar falta nos peitos, eleva-se o arfar
sente-se o Mar revolto em teus olhos
por instantes navego-o como um potro
selvagem mesmo, olhos nos olhos
faíscas e trovões por entre abraços
chove, de nossos corpos a água
é una, é salgada o cheiro a maresia
traz-me à memória o Mar
seremos nós o Mar ?


José Apolónia  27/11/12

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

O SOL BRILHA EM TEUS OLHOS ...

O SOL BRILHA EM TEUS OLHOS ...

O Sol brilha,
em teus olhos intermitentes
apaga-se o brilho
e uma torrente húmida surge
e o Sol torna a brilhar
numa lágrima que rola
estrela da noite, reluzente
por tuas faces de maçã
em teus lábios trémulos
o sorriso das manhãs
floridas de Primavera
e nasce a noite escura 
tão escura ...
que florescem pequenas Estrelas 
por onde cintilam teus olhos
o frio, o gelo que te envolve 
dissolve-se na dúvida das tormentas
que transportas de Menina a Mulher
Algo morreu no Luar
Algo nasceu ao Luar
A nós apenas assiste o saber
o quê ?
A cidade dorme nos lábios que fervilham
em beijos húmidos de Luar...

José Apolónia  23/11/12

domingo, 18 de novembro de 2012

PAIXÃO DE aMAR...

PAIXÃO DE aMAR...

Deus permitiu-te um corpo ondulado
linhas curvas de mulher, aMar
e a mim o saber, como o navegar
Deus permitiu-te que em tua ira
te rasgasses em teu amâgo
e a mim o saber, de te penetrar
Deus permitiu-te que na rebentação
me expulsasses em extases
e a mim o saber, o azimute de voltar
Deus permitiu-te que no vento forte
te vestisses apenas de branco
e a mim o saber, de ver sob esse manto

Deus permitiu-nos esta paixão
este amor ardente em nossos corpos, cegos
pelas temperaturas elevadas que exalamos
apenas sobra um vastíssimo deserto de sal
por onde nos  perdemos e encontramos
nos dias de chuva em gemidos de prazer...

José Apolónia 18/11/12

MOMENTOS NOSSOS...

MOMENTOS NOSSOS...


Momentos meu Mar
momentos não são histórias
momentos são vida
momentos és tu
são explosões cósmicas
de amor e dor
és tu em forma de espuma
rebentação na rocha
desfazendo lentamente ravinas
exasperadas de ti meu Mar.

Momentos somos nós
em contemplações virais
o Sol, a Lua e tudo o mais
apenas testemunham e são cor
nós somos a dor, o amor ...

José Apolónia 17/11/12

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

LÁBIOS...

LÁBIOS...

De teus lábios
soltou-se o beijo,
eclodiram borboletas
realizou-se um desejo


um simples beijo
que me surpreendeu


por entre o embalo
adocicado do teu olhar
naveguei por teu corpo
até me naufragar

apenas um beijo
e eclodiram borboletas
todas coloridas
por um meu desejo

voavam em bando
por teus olhos
como se fosses um jardim
um arco íris , para mim

e tudo num beijo, náufrago em ti...


José Apolónia  15/11/12









quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Existem pétalas tão belas e frágeis meu Mar e és tu, sim tu meu Mar que as contornas, és tu que lhes dás a
forma de pétalas, madre pérolas, porcelana... e és tu porcelana, madre pérola... e eu perco-me ...

  J.A. 2012

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Dúvidas...

Dúvidas...

Meu Mar
as águas correm
suavemente
por teu corpo
ondulado
como um bailado
ao som de melodias
que escapam ao vento
pela voz de sereias
imaginárias
que te embalam
e me encantam
e me deixam a dúvida
se sempre estás aí
para onde corres ?
ou para onde correm
tuas águas
nessa dança infinita ?
se te prolongas no horizonte
que fazes em meus olhos ?

José Apolónia 06/11/12

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

SONHOS DESENFREADOS...

No templo dos sonhos
gosto de sonhar
gosto de me sonhar
espuma do Mar
onda na rebentação
fruto
semente em ti
gosto de me sonhar
todo em ti
em tuas formas
onduladas,de Mar
gotículas que te escorrem
de meus sonhos
peixe
a navegar as águas
à chuva, molhado
os dedos ?
entrelaçados
os passos?
lado a lado
correrias loucas
de sonhos desenfreados
sonhar
que estou acordado
no sonho
em que estás a meu lado

José Apolónia  01/11/12


O tempo escasseia, escapa-se na fragilidade das mãos, intemporal, urge vive-lo em  tempo.

J.A. 2012

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

DESEJO...

DESEJO...

Meu MAR
guardo-te em mim
no côncavo das mãos
em forma de concha
e nos dias que me fico
pelo Rio, espelho
de todas as almas
inquietas ou não
escuto tuas melodias
e sossego...

J.A.  2012

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A CAMINHAR...

A CAMINHAR...

É verdade vi-te
e percebi
quão bonito é o teu andar
mas mais, percebi
a tristeza do teu pisar
altivo
o teu sorriso de sereia
chora
percebi que quando sorris
choras
vertes lágrimas disfarçadas
na espuma que semeias
pelas pedras calcetadas
nas mãos dos homens
que amas e desprezas
e quando te banhas de Sol
não és tu sou EU
em preces aos Deuses
para
que não me privem de te aMAR

E se tudo não fosse uma ilusão
se tudo não fosse minha imaginação
nas noites que não adormecem
caminharia em ti
até à exaustão da tua perceção
ai, seríamos um só sorriso
aMAR...

José Apolónia  18/10/12

terça-feira, 16 de outubro de 2012

EVASÕES DE aMAR...

EVASÕES DE aMAR...

Soltam-se os acordes
das linhas rectas
paralelas
apenas soltos se encontram
livres das cordas
libertos pelos dedos
que dedilham a guitarra

No vento se divertem
no vento correm Mundos
de fantasias mútuas
pelo corpo dos pássaros
que atravessam os Mares
levam a sinfonia
de quem já conheceu
o que é o Amor

As sementes cruas
despontam pela Primavera
pela mão do pintor
correm todas as tintas
mas apenas ele
conhece as tonalidades
que pincelam o Amor

O papel em branco
que enfrenta o poeta
armado de uma simples
vontade de gravar em letras
os sons, as gravuras do Amor,
sentir sublime,..
chora, ri e agradece
a palavra AMOR o sabor
aMAR

José Apolónia  16/10/12








quinta-feira, 11 de outubro de 2012

LINHAS D"ÁGUA...

LINHAS D"ÁGUA...

Uma linha de águas cristalinas
floresce por meus olhos
não é tristeza nem alegria
apenas água que escorre
para que a sede de ti
não floresça em mim.
Um malmequer floriu
entre as pedras e sentei-me,
por momentos, instantes
senti que nos observávamos
seres tão distantes, dispares,
segui o meu caminho
não levava catanas
nem desbravava florestas
apenas seguia o curso d"água
que aos poucos encorpava
e sempre que a sede apertava
bebia-te e sentia-me mais perto
da força, da tua imensidão
quando abri os olhos, vi-te
e exclamei,que lago é este!
um ancião ali sentado, falou
não é um lago é a foz
estuário de um rio, o Tejo
é Pai e Mãe de todos nós
sentei-me a seu lado, mudo
ainda hoje por lá estou...

José Apolónia  11/10/12







terça-feira, 9 de outubro de 2012

CREPUSCULAR ...

CREPUSCULAR ...

O dia amanheceu
cinza sua cor
pelo Rio um espelho
d´agua,
onde gaivotas pairam,
quietude,
de todas as coisas
que permanecem em ti
barcos que não navegam
no silêncio das velas,
o Sol desce em mim
um pouco antes
do tempo, que chorou
sem lágrimas de agua
apenas a cacimba
cacimbou
o brilho nos olhos, Sol
de quem já te amou
neste meu Rio, teu
teu Rio em quietude ...
uma brisa que entra
devagar, morna
à tona tudo altera
aquece, enerva
e na alma?
apenas Rio, ... ou choro
pelo Rio.

José Apolónia 09/10/12


sexta-feira, 5 de outubro de 2012

TRAGO-TE EM MIM ...

Trago-te em mim
num pensamento assim

você é doce, é doce em mim
favo de mel, rebuçado
que degusto extasiado

você é Mar é maresia
é brisa fresca que sopra
por meu corpo, me arrepia

você é labirinto sinuoso
é corpo de Mar, ondulado
por onde navego descuidado

você é
Mar, lua, luar
estrela que alumia
pela noite, até se fazer dia

e

Sonho acordado ter-te a meu lado
um pensamento alado, em mim

José Apolónia  05/10/2012

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

O pensamento navega por tão distintos Mares, sem fazer viagem alguma, como se preso ao cabo de uma ancora, e o destino fosses tu ...

J.A. 2012

terça-feira, 2 de outubro de 2012

É assim o meu MAR ...

É assim o meu MAR...

Imenso
por onde navego
meus sentimentos

Profundo
por onde afogo
minhas mágoas

Revolto
por onde emerge
minha adrenalina

Generoso
por onde lavo
minha alma

Em sua tempestade lavei minhas mãos
purifiquei a alma e me recriei...

José Apolónia  02/10/12




Por vezes é necessário jogar tudo na turbulência do fogo, esperar por uma enxurrada e depois nas cinzas ainda húmidas voltar a plantar...

J.A. 2012

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

REBENTOS DE ALMA...

REBENTOS DE ALMA...

Fora eu a espuma do Mar
vasto lençol branco em ti
e tu a areia da praia
num longo beijo salgado

teu corpo, areia ávida
de meu corpo, espuma alva
que se entranha em ti
nossos corpos, um só corpo

em cada rebentação de Mar
viveríamos o eterno abraço
do amor
na melodia dos sons marinhos

José Apolónia  01/10/12

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

FORÇA 12 ...

FORÇA 12 ...

Como é lindo o sorriso que trazes nesses olhos de Mar
brisa louca que me deixa sem rumo ao navegar
velas que batem cá dentro, só por contentamento
como se náufrago fosse ao uma ilha vislumbrar

Ai!
Como é lindo o sorriso que trazes nesses olhos de Mar
Perfume a primavera , flor menina a despontar
brisas loucas que sopram, espuma a respingar
que ondas incertas libertam ao se despenhar

Ai!
Como é lindo o sorriso que trazes nesses olhos de Mar
e o pisar ? suave, pelas areias ainda húmidas do Luar
esteira por onde navego, estrela, azimute no firmamento
que se escapa do teu olhar, florescendo pelo Mar, o Mar

José Apolónia  28/09/12






quinta-feira, 27 de setembro de 2012

TREMO SÓ DE PENSAR...

TREMO SÓ DE PENSAR...


Gosto tanto, mas tanto
tremo só de pensar
que um dia se vai acabar

na mesa,
na cadeira
na praia,
ao ar livre
fechado
no chão
às escondidas
às claras
de manhã
de tarde
à noite

é tão bom...
até os animais gostam
os grandes e os pequenos
as melgas e os mosquitos
até os doutores gostam
e receitam...

tremo só de pensar
que um dia se vai acabar
a bela essência, néctar
cálice de vida

José Apolónia 27/09/12


quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Chuvas de Outono...

Chuvas de Outono...

Caem as primeiras
as estradas molhadas
reflectem mais 
que os iluminados
e as luzes entranham-se
em caminhos tortuosos
onde não reza o alcatrão
nem pedras de negro
vão corpos vestidos
sapatos de gola alta
em perfeita agonia 
pela visão distorcida
folhas nuas da árvore
que voam solitárias
temendo a lama
que as (des)espera...

José Apolónia 26/09/12

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Eu, prisioneiro de ti...

Eu, prisioneiro de ti...

O dia derrama as últimas cores
sobre ti, meu Mar...
Soltam-se as amarras da noite
e tintas de cores escuras
navegam sobre todo o teu corpo.
Ao sabor da leve brisa,
aqui e ali vislumbro o teu sorriso
de espuma.
É sobre as areias húmidas
que me deito e sonho
(esses teus olhos negros,
de furnas).
Entro, devagar, em tuas grutas
(meucorpoteucorpo). A pele.
Rosas púrpura florescendo.
Escuto melodias de ti, aMAR.
Em silêncio invades todas as coisas
Eu, prisioneiro de ti,
desperto.

José Apolónia 19/09/2012




quinta-feira, 13 de setembro de 2012

MAS O PORTO NÃO ABRIGA...

MAS O PORTO NÃO ABRIGA...


Aqui estou, todos os dias
de todas a cores, cinzentas
a alma de saudade, retorcida
entre estas duas cidades
corre um Rio, Eu
Aqui estou, todos os dias
vejo teus olhos de mel
em cada noite que nasce
sempre que uma estrela fundeia
Aqui estou, todos os dias
não me canso de estar
não me canso de esperar
mas triste, desses olhos de mel
a escorrerem lágrimas, ocultas
pelas escadas, tão íngremes 
do porto que a abriga...

José Apolónia 13/09/2012







terça-feira, 7 de agosto de 2012

SEMPRE A NAVEGAR...

SEMPRE A NAVEGAR...

Navego por um sonho
onde teu corpo é um Mar
revolto, em rebentações contínuas
e tuas ondas, todas as tuas ondas
um abismo tremendo, falhas
por onde me precipito
cavernas onde me refugio
entre gritos e gemidos
vou navegando -
esse teu sorriso aberto, largo
Raio de Sol
onde me aqueço, esquento
até ao ponto
ebulição frenética
das tuas ondas, de todas as tuas ondas
pequenas gotículas salgadas
acordo, acordo alagado
por teu sorriso largo
e mergulho
mergulho-me todo em ti
meu aMAR

José Apolónia 07/08/12

terça-feira, 26 de junho de 2012

As palavras nunca existiram
na foz do Rio onde pernoito
o que vejo e sinto são cânticos
que me trazem aves marinhas

e à noite dormimos paredes meias
num silêncio quebrado pela escuridão
na mudança das marés tudo permanece
tudo permanece mesmo, em silêncio

José Apolónia 2012

terça-feira, 29 de maio de 2012

ANDORINHAS...

Não te esqueças que as andorinhas
com seus trajes de negro e branco
voltam em todas as Primaveras
e quando partem deixam a saudade
vincada pelos seus ninhos nos beirais
e voltam e voltam sempre na Primavera
e trazem consigo o perfume o aroma
das terras distantes e as cores brotam
e deixam-me a sonhar, a sonhar
numa tela crua, plantada na calçada
sobre um cavalete já gasto
um pincel duas espátulas e tintas
e as andorinhas nos seus voos  rasantes
parecem pinceladas vivas de alegria
na linha do horizonte o Sol envergonhado
e na tela nada, nada a saudade...
de branco, dos seus peitorais
ecoam cânticos por onde navego.

José Apolónia  29/05/2012

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Hoje lembrei-me de ti...

Hoje lembrei-me de ti...

Hoje lembrei-me de ti
das caminhadas despidas
de rumo, de sentido
e sentei-me a olhar
este Rio tocado a vento
despido de nós
e ainda assim é Rio
e nós, somos nós
com caudal e volume
velejando com ou sem
velas desfraldadas
na recolha de rumos
da espuma que se dissolve
pelos pés descalços
dos corpos retesados
pelo esforço latente
nos sorrisos suados...
e lembrei.me de ti, de mim
de certeza foi a brisa fresca
que hoje corre desenfreada
por este Rio que é nosso
ou aqueles montinhos
tão alvos, tão brancos
dispersos pelo nosso Rio
ou aquele veleiro a velejar
não sei ao certo
certo é que vou velejar...

José Apolónia 16/05/2012


sexta-feira, 11 de maio de 2012

Nem todas as noites em claro são cinzentas, algumas são ROSA e sabem a mel ...

J.A.  2012

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Pelo Rio hoje um jardim de papoilas brancas a dançar ao Sol, por onde me quero perder e jamais me encontrar ...

  J.A.  2012

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Navego por aí em mim...

Navego por aí em mim...

Pelo Rio correm suavemente
cores, as cores do Mar
o Céu pintado, dividido
metade cinzento nublado
metade azul celeste
e tudo tão calmo
diria mesmo demasiado calmo
tão calmo que enerva
como espelho que se partiu
ao meu reflexo..
e no refluxo parti
de mim, de ti, do Mundo
e quando regressei ?
estavas numa tempestade
ou mesmo no meio da tormenta
as gaivotas como pinceladas
gravitam em Terra, em círculos
os barcos como doidos
parecem desenhados em papel
espuma, espumas de branco
meu aMar...

José Apolónia  19/04/2012

quinta-feira, 12 de abril de 2012

AS NUVENS TAMBÉM CHORAM...

AS NUVENS TAMBÉM CHORAM...

Gosto de estar no meu canto
em silêncio
de observar os peixes que saltam
pelo Rio
tainhas prateadas que brilham ao Sol
sabes?
saltam sempre três vezes
por vezes cinco e dizem os antigos
sinal que o tempo vai mudar
sinais do tempo...

Gosto de estar no meu canto
de observar as nuvens
em silêncio
desenhar um esboço do teu corpo
mas apenas os contornos
o sorriso, esse tenho-o em mim
como fogo que arde ao lusco fusco
consumindo-se
consumindo todas as nuvens
sobrando apenas, nada...

José Apolónia 12/04/12

terça-feira, 10 de abril de 2012

A LUA SERÁ NOSSA...

Um coração saltitando
desenfreado
por um vale dilapidado
de arvoredo...
serpenteia-se um rio
de lava mal contida
num corpo ardente
clamando à Lua cheia
uivando mesmo
qual loba no cio
de olhos brilhantes
devoradores, de fome
de lua, de luas
inquietas as mãos,
do corpo da mulher
alimentam o fogo latente
no sorriso nervoso
de quem espera ao luar
um sinal, uma ilusão
e a Lua ali tão cheia
e ela prestes a explodir
mas espera, espera...
se esperares trinta minutos
a Lua será nossa, só nossa.

José Apolónia  10/04/12










terça-feira, 27 de março de 2012

FOLHAS...

As folhas do meu orgulho
agitam-se ao vento
amarelecem ao Sol
à chegada do outono
desprendem-se
e  viajam
circulam em remoinhos
fazem ninhos no chão
nidificam
e pela Primavera
voltam em rebentos

Sorrindo vou velejando
folhas alvas, tenras
tocadas pelo vento
as falas, as palavras
vão lentamente, lentamente
ao Sol, amarelecem
e chega outro Outono
e outra Primavera
e volto a navegar...

José Apolónia  27/03/12








quinta-feira, 22 de março de 2012


  • Hoje...
    muito trabalho
    mas acima de tudo
    muita alegria
    muitos risos, sorrisos
    ... alegria...
    histórias de vida
    em cima da mesa
    um mundo o mundo
    e o Rio a vazar
    e o vento calado
    e as pessoas...
    que não arredam
    e as histórias que crescem
    ao sabor das cores esbatidas
    duma paisagem desigual
    de tantas outras
    que chegam e vão
    histórias ,...
    ainda por desvendar
    ou não.

    José Apolónia 22/03/12

quarta-feira, 21 de março de 2012

O MEU MAR...

As arribas escarpadas
repletas de flores
sorriem-te
borboletas esvoaçam
com suas asas coloridas
brincam
no respingar da tua rebentação
me envolvo
nos perfumes misturados
maresia e Primavera
vou caminhando descalço
por vezes em ti, perco o olhar
por vezes de ti uma surpresa
e aí sento-me , contemplativo
observo pequenas conchas
madre pérolas, pequenos momentos
roubados por uma onda
assim sem aviso prévio
também me vou...sorrindo
sorrindo de mim, de ti
de nós, meu aMar...

José Apolónia 21/03/12

sexta-feira, 16 de março de 2012

Passam os dias
e atrás dos dias
se escoa a vida
e o tempo precioso
corre pelo tempo
sem horas nem grades
intemporal, infinito
e pelo Rio corre
desenfreada, a sombra
da gaivota faminta
de vidas...

José Apolónia 2012

quinta-feira, 8 de março de 2012

MULHER...

Na forma lembra-me um violino
sem cordas e imenso
onde os acordes são arrancados
por pequenos toques subtis
gerando inúmeros gemidos
sob os dedos das mãos nervosas
e nos avanços a orquestra eleva-se
e já ao rubro num grito em uníssono
dá-se uma explosão no cosmos
o violino esse, num sorriso impenetrável
ganha braços e pernas, enleia-te
enlouquecido torna-se tu,
autêntico Mar em tormenta
onde a navegação é sem terra à vista
e tudo parece paraíso e perdido
como se fosse Deus e Diabo
e num momento uma criança no mundo chora
e tudo pára, os instrumentos recolhidos
a orquestra desfeita, um único som
o do silêncio dado pelo violino
que por nome tem Mulher

José Apolónia 08/03/12

quarta-feira, 7 de março de 2012

Tropecei na palavra adulta e veio-me à lembrança a galáxia que de tão adulta verte cometas e ao rir chora estrelas...

José Apolónia 2012

terça-feira, 6 de março de 2012

SENTIR ...

SENTIR ...

Não me encontro em lugar algum
a noite chegou e anoiteceu 
em mim dorme uma estrela
que teima em não me acordar...
chega o dia e adormece o Sol
no balanço das marés 
vou-me perdendo no tempo
diluindo o sentir que se esvaí
por entre o côncavo das mãos
Mar atirado ás rochas 
que apenas retêm a essência...
e assim vou caminhando
entre o nascer e o morrer
dos dias, das marés 
por vezes um vento sopra
e aí navego, de velas desfraldadas
navego por mim ,por lugar algum
onde o tempo é dos sonhos
e os relógios apenas contam estórias...
 
 José Apolónia  06/03/2012

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

CAMINHO A SAUDADE...

Caminho a saudade
pelo Rio
pelos nenúfares de espuma
semeados na sorte
de um Vento Norte

caminho a saudade
no sorriso de uma Lua
que sorri de triste
que brilha para ocultar
seu choro de luar

caminho a saudade
como quem navega o Rio
ao som de velas enfunadas
e o olhar preso no horizonte
e na esteira a saudade agarrada

José Apolónia 29/02/2012


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

PELO RIO ESCORRES...

PELO RIO ESCORRES...

Escrevo versos
poesias em prosa
que se exprimam
no que sinto
permito-te tinta
que escorras
como o Rio
que corre rápido
e lento
em teu leito
escrevo versos
poesia
de Mar, de Mel
de Fel...
sabores, ao sabor
da leve brisa que toca
melodias de tempestade
hoje sim
amanhã não
talvez um dia
uma canção entoada
por nossas mãos...

José Apolónia 23/02/12


Na crista da onda
onde te observo, alma singela a navegar..
sereia de corpo mulher
a enfeitiçar
ondas sobre ondas
num coração a gotejar...

José Apolónia 2012

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

JUNTO AO MEU MAR...

JUNTO AO MEU MAR...

Sentado junto ao meu Mar
as ondas fecham-se em si
como um círculo
onde o ponto de partida
é sempre o mesmo
que o da chegada

sentado junto ao meu Mar
sinto o vento nas asas
da gaivota que passa
talvez demasiado perto
talvez demasiado lento
o peixe em seu bico

sabes meu Mar...
aqui sentado em mim
imagino-me em ti
em teu coração num alvoroço
sulcando-te à força do vento
nas velas desfraldadas sem medo
mas num respeito mútuo...

José Apolónia  22/02/2012





terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

ENTRE MOMENTOS ...SÓ ...

ENTRE MOMENTOS...SÓ ...

por vezes perco-me
entre pensamentos
entre nós,
fluem-me
pensamentos
que te queria?
um país ?
não!
um Oceano ?
sim talvez um Oceano
um Mar de Mar...
queria tudo de ti
perdi-me em pensamentos
em viagens por nós
imaginei-nos num Mar
de sentimentos
será isso um País ?
as folhas caíram no Outono
navegaram ao sabor do vento
e nós ?
chegou o Inverno e
as folhas caducas persistem
o Sol teima...
e nós ?
será isto um País ?
não sei...
a Primavera está aí
será isso um País ?
não sei..
Apenas sei o que és ...
mulher
será isso um País?

José Apolónia 21/02/12






UMA NUVEM QUE NÃO OIÇO...

UMA NUVEM QUE NÃO OIÇO...

Uma nuvem que me leva
um som que me toca
um Mar por onde me perco
um sentimento que marca
uma explosão
uma Estrela que cai,
cadente de um principio
um fim
a chuva que teima
em não cair
uma nuvem que me leva
e passa
uma onda na rebentação
a espuma, tão alva !!
os salpicos a navegar
pelo corpo
o imaginar tudo
o todo
o ouvir a musica que teima
em não se fazer,fazer
ouvir...

José Apolónia  21/02/12




sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Simplesmente não sou efémero nem etéreo
mas apenas encarnação,
do passado presente e futuro
sou o Mar...

José Apolónia 2012



terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

O Amor meu Amor...

O Amor meu Amor...

O Amor meu Amor
não são palavras
não são actos
não o é paradigma
e até o poderia ser tudo
sendo que é tudo
mas tudo está gasto
esbatido

O Amor meu Amor
não se traduz em nada
não é uma estrada, um Rio
uma azinhaga ainda menos
um desvio....

O Amor meu Amor
não é o canto do rouxinol
nem o Pôr do Sol
nem o crepúsculo ou
o nascer de mais um dia
não encanta nem desencanta

O Amor meu Amor
é e será apenas o sentir
entre dois seres
que simplesmente perderam
o medo de sentir a entrega
e se perdem entre si
num caos , no caos...

Uma descoberta indescritível que vos garanto
não existem palavras para o descrever.


José Apolónia  14/02/12
Tem dias
em que os sinos
tocam
a horas certas
e consomem
nas horas incertas
da vida
não a vida
mas...
as horas incertas
que tocam
pela vida

José Apolónia  2012

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Gosto do som...

Gosto do som
da vela cheia
do barco
a cortar a água
da chuva a cair
do som
do caminhar
na areia molhada
da praia
do vento
que louco
não pára
música
que me enlouquece
na lua cheia
suspira
suspiro
teu toque
suave
som
melodia
seara
ardente
gosto do som
do fogo
quando arde
consome...

José Apolónia   10/02/12

Os caminhos
por vezes avessos tem sempre uma razão
e...
pelo meio um sentido, talvez o do coração
mas prefiro sempre o dos sentidos
que no fim me levam ao coração

José Apolónia 2012

PINTAR EM LETRAS....

PINTAR EM LETRAS...

Hoje vou navegar
mas... sem barco
sem andar,  nem pensar
vou apenas navegar
pelo mar de letras, palavras
livros, musicas
vou apenas navegar na deriva
de uma ilha poder cantar
encontrar, encalhar
e assim talvez pintar
uma história
numa tela crua
mas tenho medo
que chova
por vezes quando navego chove
e assim não estarias nua
coberta por tão fina película
ainda assim, te imagino
sob cascata desprendida
da fúria dos céus
presa em tela pincelada
e teus braços esbracejantes
misturando todas as cores
até ficares apenas tu, só
na tela em letras de Azul...


José Apolónia  10/02/12


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Por vezes acontece
sem querer
uma diarreia mental
com tal violência
que letras se escapam
a velocidades inimagináveis
esbarram-se contra paredes
escorrendo por fim
já exaustas
palavras
frases
textos
não mais
do que se possa imaginar
numa simples folha
de papel...


José Apolónia 2012

SEM MARGEM...

SEM MARGEM...

Anoitece
a penumbra, o escuro
tomam todos os lugares
e nos entretantos
chega a lua
e seu luar
qual estrada
pelo rio dá entrada
e na cidade parece
haver uma festa
de tão iluminada
tantas
mas tantas luzes
tão iluminada...
parecem flores
de rebentos nascendo
parece primavera
jardim de flores
a florir
ou...
já floridas
prontas
a ser colhidas


José Apolónia   09/02/12



SIMPLES...MENTE...

Por vezes apareces
numa sombra
num espelho
ou...
num pequeno reflexo
de água ali plantada
como se árvore fosses
ou ... flor colorida
pelo brilho
de um sorriso
o teu...
olhar alucinado
talvez até um pouco
calculado, enervante
ou enervo-me, sempre que
de uma folha de papel
elaboro um pequeno barco
com pequenos escritos
que ao pôr do Sol
navega em teu Mar
e sem me aperceber
desapareces...

José Apolónia  09/02/12



quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

POR AÍ...

Casa em planície
na torreira do sol
caiada de fresco, branco
ninho de cegonha
que suas crias reclamam...
na seara
em tempos germinaram
de sementes
hoje bailam em vagas
tocadas pelo vento
vejo ...
um mar doirado
um melro
um rouxinol que encanta
perdido...
vou caminhando
entre o meu Eu
e o Eu natureza
na melodiosa sinfonia
de quem se encontra
nos desencontros
perdido em si...

José Apolónia  07/02/12




terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

UMA GAIVOTA POISA...

Hoje o Sol sorri
em mim, sorri
o Sol
uma gaivota poisa
num candeeiro
como se ovo fosse
e sentado observo
sua delicadeza
como se gigante fosse
o ovo
e sorri-o ao Sol
contemplativo
sofro o abraço suave 
da brisa fresca
sobre o Rio 
pequenos barcos
pescadores na faina
redes que se desnudam
peixes que se escapam
em saltos de dança
por entre mãos
de rostos que desesperam
choram lágrimas de Sol
esperança...

José Apolónia  07/02/12

sábado, 4 de fevereiro de 2012

SABES ?

Sabes ?
sei que sabes 
que escrevo 
que te escrevo
e não há sombra
não existem sombras
quando por mim passas 
não existem sombras 
onde te escondas
só...
só porque te sinto
sempre...
e sabes ?
sabes... eu sei
não vivo na sombra
das sombras
nas sombras 
apenas me abrigo
de ti...
MEU SOL

José Apolónia    2012

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Encontro-me exactamente
no ponto
em que as águas não correm
apenas a ilusão na ilusão
do vento a tocar
um mar de estrelas...

José Apolónia  2012








quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Tempestade…


Tempestade…

À praia chegou vazia e de passos curtos caminhou o extenso areal com as lágrimas que caiam, desprendidas dum céu que não se vislumbrava, olhos fustigados pelo vento que não viam a própria pessoa...

José Apolónia  2012

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

AMIZADE...

Amizade
Como dizer, explicar
como te esmiuçar ?
num beijo?
num sorriso ?
um simples olhar ?
alguém em silêncio ?
ao nosso lado
um simples estar ?
aqui ?
ali ?
te elevar ?
num simples agrado ?

Hoje do nada veio o cinzento
e do nada veio um beijo
AMIGO
em cada face
AMIZADE
nada espera  é assim
simples sem palavras
um estar na vida...

TODOS TEMOS EM NÓS AMIZADE
É TEMPO DE A PRATICAR

José Apolónia   01/02/12


segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Observo-te Lisboa...

Observo-te Lisboa
cidade das sete colinas
entre nós corre um rio
hoje calmo de azul
e tu de branco
aparentas uma quietude
que sei não teres
em teu corpo de menina
artérias correm em rebuliço
gentes que se cruzam
indiferentes a ti
a si próprias
definham-se arduamente
na ilusão de um amanhã
que teima e não vem...
um cargueiro veste-se de laranja
e sulca as aguas calmas do rio
para onde vai ?
velas brancas brincam ao vento
como jovens potros
no caos aparentas uma calma simétrica
onde as assimetrias florescem...

José Apolónia  30/01/12

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

PERCO MEU OLHAR...

PERCO MEU OLHAR...

Perco o meu olhar
entre a cidade
e o infinito estático
estuário
porta de saída
Rio... Mar... e choro
a vazante... e espero
na enchente...  Rio
e desespero uma palavra
numa palavra apenas
me desespero
desencontro...
no cantar o embalo
deste Rio meu leito
que corre ambíguo
e a cidade mesmo ali
amanhece, adormece
sem palavras, sorrisos
hibernou...
o brilho apenas cintila
apenas nos meus olhos...

José Apolónia 24/01/12

MEU FADO...

MEU FADO...

Fado, meu fado
solarengo
é verdade
és solarengo
alegre,
flui em ti
um rio no mar
estrelas
ainda por pintar
galáxias
por navegar...

E és tu meu fado
que me elevas
que me fazes sonhar
caminhar
por veredas floridas
asas que (en) cantam
meu rumo de aMar...

José Apolónia  24/01/12






segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Junto a ti...aMAR

Junto a ti...aMAR

Percorro devagar
os longos areais
sigo pistas aleatórias
sem pressas de voltar

sento-me descuidado
olho o Mar do Mundo
de cristas brancas empinado
envolvo-me em seu sussurro

deixo meus sonhos voar
asas tocadas pelo vento
sinto-me nuvem a planar
beijo-te estrela no firmamento

Chega a Lua nua e crua
traz consigo o silêncio
visto seus braços brancos
e sem o saber adormeço...

José Apolónia   23/01/12














quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

POR AÍ...

POR AÍ...

A noite caiu
floriu em cores
pelo Rio
pastor de memórias
recolhidas
em seu ventre
emergem
em (n) canto de Lua

J. A.  2012


DOCE COMO A LUA...

Estás furiosa comigo ?
não atendes não entendes
já te disse como ficas bonita
quando estás zangada ?
e tira já esse sorriso parvo
ai estampado, espraiado
pareces o Mar quando irado
e o barco todo empinado
e Eu ao leme
e o barco a cair desamparado
coração o meu coração
sobe repentinamente e cola-se
à boca e aí, aí...
sinto-te o gosto e gosto
como te gosto...

José Apolónia  19/01/12

MAR DE ESTRELAS...

O Sol
despenha-se
pelo Rio
num Mar
de Estrelas
cintilantes
brincam
como
crianças
no embalo
e
lembra-me
teus olhos
afluentes
do teu olhar
radioso
tua boca
Oceano
do teu sorriso
de aMar
por onde navego

J. A.   2012


terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O meu Amor flui...

O meu Amor flui
corre como um Rio
teu coração a foz
de suas margens emana o perfume
das flores floridas, primavera
e meu Amor flui
teu coração o estuário
barcos que navegam à vela
brisas que sopram do teu sorriso
e o Mar pano de fundo, agita-se
reclama, reclama-nos
na viagem por fazer
é tarde... e  é cedo...
bandos de pétalas esvoaçam
do seu canto chove uma sinfonia
meu Amor flui e corre
em meu coração um rio
de lava, esquenta...
este aMar por onde me perco
na asa que me suporta

José Apolónia  17/01/12







sábado, 14 de janeiro de 2012

Reticências

Reticências

Podia dizer muito
podia dizer nada
ficar calada
ausente...

Pois é na ausência que permaneço
é na ausência que sinto
que ainda que presente
o silêncio assola...

Todos os sentimentos
sentidos...
ou ausentes.

É na vida que permanece
naquilo que nos consome
no que nos faz
ou que nos quer fazer...

ao que nos transporta
a ilusão
da verdade

na razão do estranho...
estranho?

Quanto fica por dizer...
guardo, guardo tudo!

Daniela Lebre 14/01/2012

Perdido...

Perdido...

Nas asas do sonho
voam mais alto
as aves marinhas
e em seu dorso
me transporto,
pena tresmalhada
de desejo...

J.A.  2012

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

OS DIAS PASSAM...

Os dias passam
e correm, mais
e mais e mais
e mais correm
os dias seguidos
por outros dias
e tu, adormecida
corres mais e mais
tudo corre, demais
tudo corre demais
excepto o tempo
esse só corre e passa
e fica, só fica
e tu ? quando acordares?
sabes que vais despertar?
no tempo que não para
que te vais dizer?
a tempo?
de quê ?
...

José Apolónia  13/01/12




quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Nem tudo são rosas...

Nem tudo são rosas...

Na estrada por onde persisto
pinto pontes entre as margens
coloridas por bandos de Flamingos,
e no ocaso do sol caem lágrimas
sobre as telas ainda frescas...

J.A.  2012


segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

AS RUAS DA CIDADE...

AS RUAS DA CIDADE...

As ruas da cidade crescem
desaguam em grandes avenidas
iluminadas pelo burburinho
esquecem a voz das pedras
e os filhos nem as conhecem
nos passos apressados antes
de serem paridos, cresceram
sem bola,sem flores,sem pedras
mas com estradas negras...

A noite chega na desordem
e os passos antes perdidos
recolhem-se lentamente às paredes
de lábios cerrados adormecem
lentamente os olhos da cidade
iluminam-se de cor, luz
pelas ruas seus filhos, perdidos
procuram suas vidas no caos...

José Apolónia  09/01/12





domingo, 8 de janeiro de 2012

QUEIMAM AS MEMÓRIAS...

queimam as memórias
e o frio anoitece
com gumes afiados
salvam-se os troncos
das árvores caídas
que no mar flutuam

não tem frio
mas tem cor negra
não tem rumo
mas tem desesperança

e a manhã nasce
todos os dias
a horas incertas
anoitece....sempre
que queimam as memórias...

José Apolónia   08//01/12

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

DOLOROSA DESPEDIDA


DOLOROSA DESPEDIDA

O Sol brilha algures, não aqui
É noite, reinam as estrelas
A lua no seu quarto adormeceu
O poeta que em mim aconteceu
Grita, brada aos céus em silêncio
Pela calada da noite, corre um Rio
Água quente que se me escapa
Lágrimas, uma torrente de lágrimas
Por onde navego as memórias de ti
A quem confiei, meu ainda tenro rebento
Partiste mas tenho-te em mim
Teu sorriso, tuas falas, tua transparência
Foste (e és) Mãe, Avó e uma GRANDE AMIGA
Agradeço teres acontecido nas nossas vidas

José Apolónia   05/01/12