terça-feira, 27 de março de 2012

FOLHAS...

As folhas do meu orgulho
agitam-se ao vento
amarelecem ao Sol
à chegada do outono
desprendem-se
e  viajam
circulam em remoinhos
fazem ninhos no chão
nidificam
e pela Primavera
voltam em rebentos

Sorrindo vou velejando
folhas alvas, tenras
tocadas pelo vento
as falas, as palavras
vão lentamente, lentamente
ao Sol, amarelecem
e chega outro Outono
e outra Primavera
e volto a navegar...

José Apolónia  27/03/12








quinta-feira, 22 de março de 2012


  • Hoje...
    muito trabalho
    mas acima de tudo
    muita alegria
    muitos risos, sorrisos
    ... alegria...
    histórias de vida
    em cima da mesa
    um mundo o mundo
    e o Rio a vazar
    e o vento calado
    e as pessoas...
    que não arredam
    e as histórias que crescem
    ao sabor das cores esbatidas
    duma paisagem desigual
    de tantas outras
    que chegam e vão
    histórias ,...
    ainda por desvendar
    ou não.

    José Apolónia 22/03/12

quarta-feira, 21 de março de 2012

O MEU MAR...

As arribas escarpadas
repletas de flores
sorriem-te
borboletas esvoaçam
com suas asas coloridas
brincam
no respingar da tua rebentação
me envolvo
nos perfumes misturados
maresia e Primavera
vou caminhando descalço
por vezes em ti, perco o olhar
por vezes de ti uma surpresa
e aí sento-me , contemplativo
observo pequenas conchas
madre pérolas, pequenos momentos
roubados por uma onda
assim sem aviso prévio
também me vou...sorrindo
sorrindo de mim, de ti
de nós, meu aMar...

José Apolónia 21/03/12

sexta-feira, 16 de março de 2012

Passam os dias
e atrás dos dias
se escoa a vida
e o tempo precioso
corre pelo tempo
sem horas nem grades
intemporal, infinito
e pelo Rio corre
desenfreada, a sombra
da gaivota faminta
de vidas...

José Apolónia 2012

quinta-feira, 8 de março de 2012

MULHER...

Na forma lembra-me um violino
sem cordas e imenso
onde os acordes são arrancados
por pequenos toques subtis
gerando inúmeros gemidos
sob os dedos das mãos nervosas
e nos avanços a orquestra eleva-se
e já ao rubro num grito em uníssono
dá-se uma explosão no cosmos
o violino esse, num sorriso impenetrável
ganha braços e pernas, enleia-te
enlouquecido torna-se tu,
autêntico Mar em tormenta
onde a navegação é sem terra à vista
e tudo parece paraíso e perdido
como se fosse Deus e Diabo
e num momento uma criança no mundo chora
e tudo pára, os instrumentos recolhidos
a orquestra desfeita, um único som
o do silêncio dado pelo violino
que por nome tem Mulher

José Apolónia 08/03/12

quarta-feira, 7 de março de 2012

Tropecei na palavra adulta e veio-me à lembrança a galáxia que de tão adulta verte cometas e ao rir chora estrelas...

José Apolónia 2012

terça-feira, 6 de março de 2012

SENTIR ...

SENTIR ...

Não me encontro em lugar algum
a noite chegou e anoiteceu 
em mim dorme uma estrela
que teima em não me acordar...
chega o dia e adormece o Sol
no balanço das marés 
vou-me perdendo no tempo
diluindo o sentir que se esvaí
por entre o côncavo das mãos
Mar atirado ás rochas 
que apenas retêm a essência...
e assim vou caminhando
entre o nascer e o morrer
dos dias, das marés 
por vezes um vento sopra
e aí navego, de velas desfraldadas
navego por mim ,por lugar algum
onde o tempo é dos sonhos
e os relógios apenas contam estórias...
 
 José Apolónia  06/03/2012