quarta-feira, 28 de novembro de 2012

É lua cheia e observo-te
fazes-me lembrar um jardim
por onde semeamos ilusões
esperamos que germinem
e colhemos sonhos em flor

José Apolónia  2012

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Será ?

Será ?

Meu corpo precipita-se no teu
como uma onda por onde te perdes
de razão de sentido , o Norte
diria até o Sul ou até ao Sul
na falta de ar, a cabeça à tona
o não saber que fazer, respirar ?
reclamar? por mais ?
por entre gemidos e sorrisos
ondas desfazem-se em rebentações
o sabor a sal perdura nas línguas
o ar falta nos peitos, eleva-se o arfar
sente-se o Mar revolto em teus olhos
por instantes navego-o como um potro
selvagem mesmo, olhos nos olhos
faíscas e trovões por entre abraços
chove, de nossos corpos a água
é una, é salgada o cheiro a maresia
traz-me à memória o Mar
seremos nós o Mar ?


José Apolónia  27/11/12

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

O SOL BRILHA EM TEUS OLHOS ...

O SOL BRILHA EM TEUS OLHOS ...

O Sol brilha,
em teus olhos intermitentes
apaga-se o brilho
e uma torrente húmida surge
e o Sol torna a brilhar
numa lágrima que rola
estrela da noite, reluzente
por tuas faces de maçã
em teus lábios trémulos
o sorriso das manhãs
floridas de Primavera
e nasce a noite escura 
tão escura ...
que florescem pequenas Estrelas 
por onde cintilam teus olhos
o frio, o gelo que te envolve 
dissolve-se na dúvida das tormentas
que transportas de Menina a Mulher
Algo morreu no Luar
Algo nasceu ao Luar
A nós apenas assiste o saber
o quê ?
A cidade dorme nos lábios que fervilham
em beijos húmidos de Luar...

José Apolónia  23/11/12

domingo, 18 de novembro de 2012

PAIXÃO DE aMAR...

PAIXÃO DE aMAR...

Deus permitiu-te um corpo ondulado
linhas curvas de mulher, aMar
e a mim o saber, como o navegar
Deus permitiu-te que em tua ira
te rasgasses em teu amâgo
e a mim o saber, de te penetrar
Deus permitiu-te que na rebentação
me expulsasses em extases
e a mim o saber, o azimute de voltar
Deus permitiu-te que no vento forte
te vestisses apenas de branco
e a mim o saber, de ver sob esse manto

Deus permitiu-nos esta paixão
este amor ardente em nossos corpos, cegos
pelas temperaturas elevadas que exalamos
apenas sobra um vastíssimo deserto de sal
por onde nos  perdemos e encontramos
nos dias de chuva em gemidos de prazer...

José Apolónia 18/11/12

MOMENTOS NOSSOS...

MOMENTOS NOSSOS...


Momentos meu Mar
momentos não são histórias
momentos são vida
momentos és tu
são explosões cósmicas
de amor e dor
és tu em forma de espuma
rebentação na rocha
desfazendo lentamente ravinas
exasperadas de ti meu Mar.

Momentos somos nós
em contemplações virais
o Sol, a Lua e tudo o mais
apenas testemunham e são cor
nós somos a dor, o amor ...

José Apolónia 17/11/12

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

LÁBIOS...

LÁBIOS...

De teus lábios
soltou-se o beijo,
eclodiram borboletas
realizou-se um desejo


um simples beijo
que me surpreendeu


por entre o embalo
adocicado do teu olhar
naveguei por teu corpo
até me naufragar

apenas um beijo
e eclodiram borboletas
todas coloridas
por um meu desejo

voavam em bando
por teus olhos
como se fosses um jardim
um arco íris , para mim

e tudo num beijo, náufrago em ti...


José Apolónia  15/11/12









quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Existem pétalas tão belas e frágeis meu Mar e és tu, sim tu meu Mar que as contornas, és tu que lhes dás a
forma de pétalas, madre pérolas, porcelana... e és tu porcelana, madre pérola... e eu perco-me ...

  J.A. 2012

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Dúvidas...

Dúvidas...

Meu Mar
as águas correm
suavemente
por teu corpo
ondulado
como um bailado
ao som de melodias
que escapam ao vento
pela voz de sereias
imaginárias
que te embalam
e me encantam
e me deixam a dúvida
se sempre estás aí
para onde corres ?
ou para onde correm
tuas águas
nessa dança infinita ?
se te prolongas no horizonte
que fazes em meus olhos ?

José Apolónia 06/11/12

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

SONHOS DESENFREADOS...

No templo dos sonhos
gosto de sonhar
gosto de me sonhar
espuma do Mar
onda na rebentação
fruto
semente em ti
gosto de me sonhar
todo em ti
em tuas formas
onduladas,de Mar
gotículas que te escorrem
de meus sonhos
peixe
a navegar as águas
à chuva, molhado
os dedos ?
entrelaçados
os passos?
lado a lado
correrias loucas
de sonhos desenfreados
sonhar
que estou acordado
no sonho
em que estás a meu lado

José Apolónia  01/11/12


O tempo escasseia, escapa-se na fragilidade das mãos, intemporal, urge vive-lo em  tempo.

J.A. 2012