quinta-feira, 27 de junho de 2013

HOJE ...


Sopra no vento Sul
um calor que nos abraça,
memórias que se libertam
assim, da nossa graça,
navegam sem destino
nem porto d"abrigo,
um rumo marcado
ao sabor de um sorriso,
vela enfunada com alma
pelas cabriolices de um vento,
o barco da vida veleja,
as águas passadas são a esteira
que se estende ao presente,
por onde navegas o futuro
que se faz presente e passado
continuamente navegas a vida ...


José Apolónia 27/06/13







quarta-feira, 26 de junho de 2013

AMANHECEU ...


O dia ainda muito pequeno
corre em tons vários de azul
espraiado sobre um céu de Mar.

No horizonte o desenho a nevoa
exala calor este dia que começa
na azafama das gentes, a cidade
a vida fervilha de tons, cores o azul
cresce a avidez de viver o pleno
de navegar esse corpo de Mar
o vento a brisa que sopras
ainda adormecem teus olhos
os raios dormentes do Sol
estendem-se sob teu leito de Rio
por onde dedos se perdem
em caricias pelo concavo das ondas
exalas entoada, pequenas sinfonias
tingidas na tela ávida do azul
caminham pequenos, os passos ...

José Apolónia  26/06/13




quarta-feira, 19 de junho de 2013

BRECHAS DE LUZ ...

O silêncio permanece imóvel
disposto a um canto, esquecido
como uma cómoda
ou outro qualquer móvel
num quarto escurecido, por entre a poeira
que se acumula nas memórias,
imóveis os sentimentos gritam
algo se quebra, estridente som
ecoa pela crista de uma onda
que se propaga, num vale perdido
o silêncio permanece imóvel
numa hora incerta do dia,
o Sol penetra por brechas de luz
esculpidas pelo tempo que levamos a perceber
a poeira que se forma nas memórias
esquecidas em uma qualquer gaveta
onde o silêncio permanece imóvel...


José Apolónia  19/06/13


terça-feira, 18 de junho de 2013

LÁGRIMAS DE (a)MAR...

Meu coração bate forte
a tua ausência (a)MAR
que sinto na fria maresia
como espuma que esfuma

Enquanto por ti caminho
a cabeça esquenta, ao Sol
e os pés frescos de ti
alados por um desalinho

Transportam na fria brisa
um AMOR que de tão fino
se perpetua em meu peito
que desfeito chora, alegria.

Lágrimas de (a)MAR, salgadas
soltam-se quando te despenhas
por todo o meu corpo, sequioso
apenas de ti...


José Apolónia  18/06/13

sexta-feira, 14 de junho de 2013

MURMÚRIOS DO (A)MAR...

MURMÚRIOS DO (A)MAR...

Acabou a Primavera
as folhas tingem-se
com as tuas cores
quando por elas caminho
ainda bebo a água fresca
nas mesmas fontes
e o Mar murmura de cor
palavras tuas, minhas
na rebentação, as cores o cheiro
das flores que despontaram
e ainda que assim te sinta nua
despida de pétala alguma
sinto que o que por ti nutri
não foi pecado foi Amor
abençoado por um Mar
que o levou, na tormenta
naufraguei e sobrevivi ...

José Apolónia  14/06/2013

quarta-feira, 12 de junho de 2013

EM SILÊNCIO...

EM SILÊNCIO...

O silêncio que urge no seu todo
é quebrado sistematicamente

Um pássaro a esvoaçar
a penumbra da noite
quebra-se no seu peito
coberto de apenas branco
dos meus olhos, urge o silêncio

São palavras que me falam
escapam de ruídos mudos
que navegam pela noite
um cabo que se agita no mastro
a água que chapinha pelo casco

É um silêncio quebrado
em silêncio, percebo
todo o silêncio
que se cala em mim.

José Apolónia 12/06/13